Parece simples, entretanto não é.
Todavia não é tão complicado assim. Basta atentar para alguns detalhes e calcular um pouquinho. Algumas regras elementares:
1) Todos os degraus devem ter a mesma altura (chamada "espelho"). O ideal é entre 15 e 18cm. Nunca mais que isso.
2)
Jamais deve haver alteração na medida do espelho em toda a escada.
3) O piso deve ter 30cm ou pouca coisa a mais.
4) O vão livre deve ser de no mínimo 2 metros de altura, para que ninguém bata a cabeça na laje ou na viga ao subir.
5) Use 1,20 ou mais de largura. Você e os amigos vão lamentar muito caso a largura seja mesquinha. Pense na subida de um sofá ou de uma geladeira grande.
6) O patamar deve ter pelo menos 1,20m x 2,40m.
Para saber mais, acesse os slides abaixo. Bom trabalho prá você!
Dica aos amigos: você terá de fazer alguns cálculos, mas não tema: são cálculos simples.
O HOMEM QUE NÃO CALCULAVA
Preciso confessar a você uma coisa: quando entrei na faculdade de Arquitetura & Urbanismo considerei-me esperto pois imaginava ter fugido das equações e das contas. Engano infantil: o arquiteto tem, sim, de calcular. Por um tempo fugi disso o quanto pude, mas no terceiro semestre mudei de atitude: olhei para a matemática e parei de dizer "odeio".
Em outras palavras: só consegui olhar com mais anelo para as equações aos 50 anos de idade. Sabe aquela máxima de
"se você não pode com o inimigo una-se a ele"? Foi mais ou menos o que fiz. Encaro de frente agora toda aula de exatas (e há várias na Arquitetura & Urbanismo).
Continuo sendo uma anta em matemática, mas não desisto! Um dos motivos de minha persistência foi descobrir duas coisas:
1) Os cálculos são "burros", são repetitivos: uma vez dominada uma equação, ela irá servi-lo doravante sem cobrar mais nada. Se você aprender a calcular a sua escada, você já sabe calcular TODAS as escadas. Claro que os cálculos podem evoluir caso você deseje fazer coisas mais elaboradas, o que não é mau. Essa monotonia da matemática é um dos fatores que a tornam enfadonha. Pense em duas situações: uma dupla de amigos vai estudar equações do segundo grau e outra dupla vai compor uma música ao violão. Qual das duas duplas se divertirá mais? Provavelmente a segunda, é claro. Mas veja que o desafio deles é muito maior: compor uma música inédita, harmoniosa e agradável requer muito mais inteligência! No entanto, a gente se inclina a fazê-la com muito mais simpatia do que dominar contas insossas e aparentemente inúteis. Aqui é que vem o segundo aspecto.
2) Cálculos não são inúteis: eles podem render dinheiro a quem os domina. Pode reparar. No mundo financeiro, na engenharia, em toda a parte. A pessoa que domina o cálculo sempre cobra mais caro e é bem remunerada. Para o arquiteto há outro aspecto: seu projeto ganha muito mais liberdade e ousadia quando ele tem noções de cálculo. Ou você acha que o Niemeyer fez aquelas lajes e balanços maravilhosos só com papel e caneta?